domingo, 26 de dezembro de 2010

A Goiabeira

DESCRENÇA


No ócio
o templo
dos iconoclastas


Dos que
acreditam
no nada


E vivem
na penumbra
dilacerante
sem visão
do amanhã.


CATARSE

Iremos de
mãos dadas
percorrer os
caminhos de
nossas recordações.


Iremos pela
estrada,em
busca do que
vivemos no
passado.


Iremos, ludibriando
o tempo,
esmagando
todo resquício
de desencanto.


Iremos confiantes
ao reencontro,
catártico do
desejo, sempre vivo
em meio a tanta
ingratidão.



CONSCIÊNCIA

Não importa, meu amor
que o mundo te vire as costas
que todos te acusem e condenem.


Não importa, meu amor,
que as portas dos injustos
se fechem
que as vozes calem na recusa
da defesa.


Não importa, meu amor,
nada disso importa
porque o brilho da lucidez
de tua consciência cidadã
ninguém poderá anular
no isolamento da probidade.

O Terremoto - a ser lançado

MINHA FILHA

Difícil
tentar
mostrar
o caminho,
para te
proteger, minha filha.


Difícil
encontrar
as palavras
sem ferir
tua auto-estima

Difícil
mostar
o perigo
nos descaminhos
da vida,
nos tropeços
das traições.


Difícil e
impossível, minha filha
sofrer por ti
todas as
angústias
e, poupar-te,
assim,
da dor,
do desencanto
que paira
nesse universo
tão cheio de contradições.




FRESTA

Pela fresta
de teu olhar
desencantado
vislumbro
tua tristeza
emudecida.

Pela fresta
de tua consciência
espreito
tua desordem
interior, tua
revolta e
pessimismo.

Pela fresta
de teu
ríctus
desvendo
a beleza
de teu
silêncio
incompreendido
pelo limite
de meu
cotidiano dispensável.

O Terremoto - a ser lançado

OUTONO

Descobri o
outono,
no cheiro
da terra,
das folhas
caindo,
no ar
úmido
do gosto da noite.


Descobri o
outono
da minha inquietude
no meu próprio
declínio
existencial.

Descobri o
outono,
envolta
em mistério
de promessas
de amor.

Descobri o
outono,
na solidão
de meus
dias, e
na certeza
da morte.

O Terremoto - a ser lançado

As poesias e os contos que constam nesse livro (a ser publicado) são dos anos de 2001 - 2004.

REQUIÉN PARA EVITA


O povo teu
para quem
foste
a filha
dileta,
sempre te
festejou
a mulher
completa.


Ativista,
artista,
protetora
dos mais
pobres,
mãe dos
descamisados.


Teu canto
Evita,
tua voz
aqueceram
as noites
cálidas
dos oprimidos.


A tristeza
do povo,
as lágrimas
pela tua
ausência
nunca
foram suficientes
para ofuscar
a alegria
que sempre
colocaste,
no coração
do povo.

Foste
única,

ícone da
América,
símbolo de
lealdade e
beleza.


És e serás
sempre o
mito
reverenciado
por uma
multidão
orfã de
amor e esperança.

A Goiabeira

      Poesias

       ESTRELA

Olha o céu, olha alto,
lá em cima paira
uma estrela cintilante.


Olha firme, olha sério,
olha imperativo.
Para que nessa estrela.
se funda
tua estrela e
não morra
na luta
contra os incautos,
os corruptos e os ladrões.


Olha alto, olha firme,
olha o céu que te protege
neste humano circo.

Finalidade do blog

Aceitando orientação de amigos e confrades da Academia Santanense de Letras, este blog foi criado com o objetivo de divulgar os trabalhos litarários dos membros do sodalício e da cultura pampeana. Inicialmente será postado alqumas poesias do meu livro de crônicas e poesias, lançado pela Editora Palomas, em 2000. Uma tentativa de despertar no leitor um interesse maior pelos valores fronteiriços. Tendo um outro livro já no prelo, com previsão de chegar às livrarias possivelmente durante o primeiro semestre do ano que se aproxima, intitulado, O Terremoto - também de contos e poesias, e mais para o final do ano, um relato sobre a trajetória política de Glenio Lemos, que terá como título: Por que? Comentários de livros e artigos serão uma constante neste espaço.